#PraCegoVer: Quatro crianças sentadas na quadra da escola preparando
brinquedo com fitas coloridas.
Para que a educação seja realmente inclusiva é
preciso que o aluno com deficiência se sinta parte da escola que frequenta. Por
isso, além das questões arquitetônicas a escola deve estar preparada nas
questões atitudinais e nas práticas pedagógicas. O professor precisa buscar
meios de levar o conhecimento aos mais diferentes tipos de aluno, valorizando a
diversidade e usando dela para desenvolvimento da aula.
Um exemplo de prática pedagógica inclusiva é o projeto
de confecção de brinquedos antigos com material reciclável para promover o
desenvolvimento sócio-afetivo e motor das crianças. Ele foi desenvolvido na Escola
Municipal Ascendino Henriques de Almeida Júnior está localizada em um bairro
periférico da cidade de Natal (RN) e atende 684 estudantes do ensino
fundamental I nos turnos matutino
e vespertino.
“ As atividades foram desenvolvidas pelas professoras Geysa Martins Freire do AEE; Minervina Gomes, da sala comum e Sueli Caldas, de educação física com a turma de 4º ano do estudante Pedro, de 14 anos. O garoto é autista, não foi alfabetizado e encontra dificuldades para participar da rotina escolar. Sua turma é bem mais nova e é composta por alunos entre 9 e 10 anos. “
A atividade foi proposta à turma e sugestões
pedidas para que Pedro pudesse participar de forma completa. O mais importante
é que a atividade foi destinada para todos os alunos e a turma contribuiu para
a inclusão do colega, se colocando no lugar do outro e refletindo sobre como ele
aprende.
Todos fizeram pesquisas com os familiares sobre
os brinquedos que costumavam brincar na infância, depois foi feita uma
apresentação e o aluno Pedro apresentou sua pesquisa por meio de um cartaz lido
pelos colegas.
A arrecadação de materiais recicláveis
movimentou a escola toda, outro ponto importante de participação no que diz
respeito a preservação do meio ambiente.
“ Quatro brinquedos foram
escolhidos para a confecção – bilboquê,
vai-e-vém, barangandã e roladeira. Os alunos ficaram muito interessados e
envolvidos na montagem das peças. Aqueles que tinham dificuldades de
cortar, medir e encaixar foram auxiliados por colegas e professores. Durante o
manuseio lúdico das criações, exploramos as diversas formas do brincar e
incentivamos a criatividade e cooperação entre as crianças.”
Com este relato fica claro que não apenas Pedro
foi incluído na atividade, mas trabalhando de maneira conjunta os alunos
puderam se ajudar e eliminar as diferenças. A atividade foi exposta para toda a
comunidade e foi um grande sucesso, com pedido por parte dos alunos para que os
brinquedos ficassem disponíveis na escola.
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