domingo, 18 de dezembro de 2016

Práticas pedagógicas inclusivas

#PraCegoVer: Quatro crianças sentadas na quadra da escola preparando brinquedo com fitas coloridas.


Para que a educação seja realmente inclusiva é preciso que o aluno com deficiência se sinta parte da escola que frequenta. Por isso, além das questões arquitetônicas a escola deve estar preparada nas questões atitudinais e nas práticas pedagógicas. O professor precisa buscar meios de levar o conhecimento aos mais diferentes tipos de aluno, valorizando a diversidade e usando dela para desenvolvimento da aula.
Um exemplo de prática pedagógica inclusiva é o projeto de confecção de brinquedos antigos com material reciclável para promover o desenvolvimento sócio-afetivo e motor das crianças. Ele foi desenvolvido na Escola Municipal Ascendino Henriques de Almeida Júnior está localizada em um bairro periférico da cidade de Natal (RN) e atende 684 estudantes do ensino fundamental I nos turnos matutino e vespertino. 

“ As atividades foram desenvolvidas pelas professoras Geysa Martins Freire do AEE; Minervina Gomes, da sala comum e Sueli Caldas, de educação física com a turma de 4º ano do estudante Pedro, de 14 anos. O garoto é autista, não foi alfabetizado e encontra dificuldades para participar da rotina escolar. Sua turma é bem mais nova e é composta por alunos entre 9 e 10 anos.
A atividade foi proposta à turma e sugestões pedidas para que Pedro pudesse participar de forma completa. O mais importante é que a atividade foi destinada para todos os alunos e a turma contribuiu para a inclusão do colega, se colocando no lugar do outro e refletindo sobre como ele aprende.
Todos fizeram pesquisas com os familiares sobre os brinquedos que costumavam brincar na infância, depois foi feita uma apresentação e o aluno Pedro apresentou sua pesquisa por meio de um cartaz lido pelos colegas.
A arrecadação de materiais recicláveis movimentou a escola toda, outro ponto importante de participação no que diz respeito a preservação do meio ambiente.
“ Quatro brinquedos foram escolhidos para a confecção –         bilboquê, vai-e-vém, barangandã e roladeira. Os alunos ficaram muito interessados e envolvidos na montagem das peças. Aqueles que tinham dificuldades de cortar, medir e encaixar foram auxiliados por colegas e professores. Durante o manuseio lúdico das criações, exploramos as diversas formas do brincar e incentivamos a criatividade e cooperação entre as crianças.”
Com este relato fica claro que não apenas Pedro foi incluído na atividade, mas trabalhando de maneira conjunta os alunos puderam se ajudar e eliminar as diferenças. A atividade foi exposta para toda a comunidade e foi um grande sucesso, com pedido por parte dos alunos para que os brinquedos ficassem disponíveis na escola.